segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Romance ESPIRAIS DE OUTUBRO de Whisner Fraga




Pequena Resenha Crítica

Fragrâncias e Ordenhas Historiais em “As Espirais de Outubro”, Romance de Whisner Fraga

“Mas não se preocupe, meu amigo/
Com os horrores que eu lhe digo/
A vida realmente é diferente/
Ao vivo é muito pior...”

Belchior

Aila, personagem principal narradora-memorialista do romance “As Espirais de Outubro”, ora no passado, ora no presente, ora no futural (o Nobel de Literatura brasileiro), ora um sem tempo ou tempo nenhum, o que dizer dela? Implicações, reinações, florações. Respigando. Paradoxos, ossos e ócios do oficio de ler-ser-escrever-ter-se (tecer-se). Brilhante romance como se fosse escrito a ferro e afago; escrito como uma espátula impressionista a arrancar fios, recalques, tiras, simulações, descaminhos, espirais – da vida-obra-livro: Aila ela mesma no fim do seu íntimo outonal.

Tantos personagens-páginas vão e voltam, estão e soam, dizem, costuram elementos-paisagens e assim compõem a estrutura narrativa do belo romance do Whisner Fraga, já autor de Coreografia dos Danados (Edições Galo Branco 2002), e A Cidade Devolvida (7 Letras, 2005). A intimidade devassada pela velha escritora em um apartamento no bairro do Botafogo, Rio de Janeiro. O nome do bairro já alude a um rasgo de incêndios revisitados pela ótica da narradora-personagem querendo assim alumiar resquícios de vida louca, personagem de si mesma em agonia a esperar um fim, sem ter se dado um fim em si mesmo, preferindo prolongar a agonia de viver no que escreve, mesmo negando isso. Nas reminiscências ficando a sua espécie assim de continuação... Como se ordenhasse as ovelhas das memórias recapituladas em prosa poética, mas com estilo, qualificação, ora desbunde, ora rancor, sempre o que foi (tem sido) naquilo que agora expropria entre erranças associadas, heranças historiais e inventários de si mesma no camarim das horas e honras indispostas. Penumbras.

A melhor obra é quando o próprio autor morre no final? Mortos acompanham a obra de Aila/Whisner. Um cortejo de palavras, tristices, corpos, danações. Fantasmas pontuando parágrafos como se querendo compor lidas adjacentes, a colocarem pingos em dáblios, não em is. O apartamento. A cidade. Tudo ali, vida em viço, o inicio, a composição de, depois o estado decrépito, erros e acertos, fragrâncias e decomposições. O câncer, o Nobel, o diário-romance (reinventando a vida em declínio?), lembrando aqui e ali Clarice Lispector, ora Hilda Hist, ora Lygia Fagundes Telles, mas sempre ele mesmo Whisner com talento e maestria levando a correção do livro e à corrosão de uma vida-personagem enlivrada. O diabo mora nos desfechos? Mergulhos em maldições. A coitada da vez tendo voz-escrita. Não tem como não se encantar com Aila. A mulher carregando a violência, quase incapaz de domá-la, no entanto com trejeitos peculiares costurando-a nas contações, domando, por fim, a ordenha de momentos, fragmentos, destilos, despojos, jorros narrativos da feia e fera se entregando de mão beijada. Tem um toque poético e um jeito que cutuca um enfoque meio Nelson Rodrigues em certas paragens-interpretações do sentimento ledor, da existência-monstro-poderoso com brincadeiras e perversidades. Ai de ti Botafogo!

A espera pela morte, da morte. Familiares reduzidos a momentos e sentenças. Amigos catados de escombros, e ainda assim dando alguns suportes afetivos. Personagens-relações transfigurados, compondo o cenário de amor, dor e de horror com reticências. Será o impossível? O ar abafadiço estaciona na memória requentada. Os vazios da rotina. O livro-filho-continuação. Presenças e ausências ressentidas. Janelas da alma no quarador de tantas implicações, alguma de fundo falso. Lugares fechados, sombrios. Pés enxofrados das palavras-libertações. O mesmo lugar, lugar nenhum, qualquer lugar em si mesmo.

Você, na correria estúpida da vida in Sampa também embrutecida, quer ler o livro do Whisner Fraga de supetão, não consegue. É corrompido a ler como um desgaste de ferrugens da alma da Aila, é levado a parar, truncar, ir e voltar, rever, como se arrancasse suas próprias espirais e tivesse que adentrar àquele mundo criado lento, devagar, aos poucos, na prosa poética que seduz, cativa, aponta dedos em faces que ora chegam, ora saem, entrecortando parágrafos como se tudo fosse uma balburdia literal de acasos, ocasos e pertencimentos querendo ser avaliados, feito desespelhos. Memórias sangram palavras. Não é fácil procurar culpados, pior, achá-los. Não se podendo parir um filho, poder parir um livro, não deixando um legado de horror-filho mas um legado de reconciliação-livro. Escrever continua sendo mais fácil do quem existir.

O pai, a mãe, Augusto, Catarina, Karina, Adriano, Fabrícia, todos (presenças arrebanhadas), a cara e a corrosão da autora-Aila em parecenças. Iguais diferentes? Cada um com sua cruz-crusoé, ilha-alheamento. Nós. Suicídio, indiferença, a faca da linguagem cegando, instantes-trevas. Vaidades antigas, corpo em desalinho, embriagações em memórias talvez inventadas. O ser-não-ser? Clandestinos amores, ecos, zelos, não há lógica na mortevida, no destino, apenas capitulações, vestígios de ausências, exercícios de perdas. A morte sendo preparada em livro. A freira, o homossexual, a vida boêmia, o Rio de Janeiro continua límpido. Entre sombras amealhando curtumes. O diário-monólogo, o último ato antes de. Qualquer coisa. Espirais. Maldições e coitados tendo voz. Por eles, por Aila mesmo, em recomposições a espera do final que certamente virá. Melancolia. Sentimento de esterilidade frente ao que passou, se passou (se passou?), foi, está, virá, é cruz-destino. A campainha. O telefone. A vida-fera e o recolhimento antes do último suspiro. Veias de comunicações in-terrompidas...

“...a cidade decadente, cinza, com suas baías comprometidas, fétidas, os rios acuados no meio de uma civilização agressiva, o mal que fizemos escancara-se por todos os lados” (Pg 36). Os poros da Aila ela mesma essa cidade que narra. Não pode sair de si, mas pode expandir-se no que corajosa destila, escreve, nomeia, delata, conta, romanceia na metalingüística de escrever sobre o que descreve. O desmanche de coisas que não quer que migrem para o vazio. Escrever é ficar de alguma maneira entre rascunhos e escritas-momentos?.

Carcaças agônicas preenchendo vazios. Não ser esperada e não esperar. Muito triste. Escreve para se ter consigo mesma. Ah o self.

“A morte se aproxima e polvilha sobre a minha cabeça todas as faltas arrebanhadas, exige um balanço final ou um prelúdio para o encontro fatal, quando me cobrarão erros” (Pg 52). A longevidade desastrosa, as situações obsessivas, conflitos, filtros de. Um romance sobre a escrita dele. Memórias vasculhadas. Rascunhos e originais. A preparação para o desfecho bendito/maldito. Os loucos são especiais pra Deus? Há um Deus? Viver é a qualquer custo? Sobreviver tem um preço, dói desatinadamente. E re-eescrever o subViver, feito mesmo assim um escreViver? Prazer Prozac de viver? A consciência do Zero.

“Essa palavra tão banalizada, nada pode acrescentar à história que não seja dúvida” (PG 108). Nomeações que seriam (foram) imprudentes. Pondo o dedo com indisfarçável rancor (negado) em feridas revisitadas. Consciência pesada e vaidade leve. O querer não querendo. O desdizer. O negar afirmando. Contundências. O desgosto de lembrar, pior, ter que lembrar para auditar (auditar?) o que foi real e o que deveria ter sido, poderia ter sido, só o é no que nomina sob disfarces e a expectativa do fim, no camarim da vida se extinguindo...

“Como explicar ao filho o mecanismo do patinete? A escolha do galho da goiabeira mais propício à construção do estilingue(...)” (Pg 122). O futuro na morte resgatando a obra que ficou... O filho que não teve (drumondeando) e fez-se livro?

Um Dia, pré-final: romance misturando descrições e evocações, imaginário e aventuroso, contradições, o alterego, licenças poéticas, tudo tirado do mesmo final. Feliz ou infeliz? Ler pra saber. Isso fica com a sensibilidade atiçada do leitor no envolvimento, ele também um reinventor do que lê, pelo que pensa, sente, aquilata, do que tem de bagagem e gosto por leituras de peso. O romance As Espirais de Outubro é sim, um clássico. Um esgotamento de sensibilidade depois das páginas-lágrimas, vidas-personagens, verdadeiros espirais do talento e da sensibilidade do Whisner Fraga, num trabalho também de edição de belíssima qualidade sob a Coordenação Editorial do Valentim Facioli. Leia e sofra. Leia e viva. Leia e grude. Leia e curta. Leia e sinta por você mesmo. Leia e deguste o final do romance que na verdade não se enquadra assim a priori em estilo nenhum, é um trabalho literário mágico falando das incongruências da vida levada a reboque. Dor e agonia. Criação e criatura. Ah que bom que, assim como o passado tem asas, o escritor tem uma linguagem edificante, toda própria. O fazer falando do fazer. Todo bom escritor é isso: esperar que o leitor de alguma forma e por um seu motivo também morra no final. Saí mais leve dessa leitura-vida-e-morte. Em algum lugar do passado, em algum lugar do presente, aqui no livro-lugar do futuro. Ah as espirais do tempo-rei...
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Silas Correa Leite – Escritor, Jornalista Comunitário, Teórico da Educação, Conselheiro em Direitos Humanos, pós-graduado em Arte e Literatura na Comunicação (ECA/USP) - E-mail:
poesilas@terra.com.br Blogue: www.portas-lapsos.zip.net Autor de “Campo de Trigo Com Corvos”, Contos, Editora Design, finalista do Prêmio Telecom, Portugal, à venda no site www.livrariacultura.com.br

sábado, 29 de agosto de 2009

Poeminho do Poeta Silas Correa Leite




Poeminho (Jazz Improviso) - Silas Correa Leite


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Grandes amigos não caem do céu



É preciso amá-los



Guardá-los no coração com um véu



De sais e sândalos



Porque quando a vida tirar o véu



E virem buscá-los...



Serão arquivos na placa mãe ao léu



Até os re-encontrarmos

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Silas Correa Leite
(Sabat Improviso)
Poemínimo da Série DESVAIRADOS INUTENSÍLIOS
(Fala Que Eu Te Expludo)

Sebastião Pereira Costa no Ita-NEWS de Itapeva-SP




Sebastião Pereira Costa, de Itararé-SP, Entrevistado no jornal Ita News de Itapeva-SP.


IN - Qual balanço o senhor faz desses 50 anos como escriba?
SPC- Difícil avaliar o próprio trabalho sem cair no lugar comum de achar que se fez tudo o que foi possível, mas que gostaria de ter feito muito mais. Contudo, pelo carinho e o apoio que desde muitos anos recebo de meus leitores, do mais letrado àquele mais humilde, me leva a crer que meu trabalho foi correto, honesto, que valeu a pena.

IN - O senhor se recorda de seu primeiro texto?
SPC – Sim, publiquei meu primeiro texto em agosto de 1959, no Jornal de Itapeva, do saudoso Tito Lívio Cerione, cujo título é bastante atual: Urge Moralizar. Escrevi a lápis e levei para o saudoso amigo Mouracy do Prado Moura datilografar na sua Olivetti. Na época o Mourinha tinha escritório de contabilidade na Praça Anchieta, onde hoje é uma loja de eletrodomésticos. Após esse artigo que repercutiu nos meios políticos da época, continuei a escrever até 1964. Aí, devido ao golpe civil-militar de 64 tive de ir embora de Itapeva com minha família, pressionado por notórios aliados dos golpistas. Fui preso, minha esposa Dorothy também. O meu crime era participar do grupo que pertencia ao PCB e apoiar o Governo Goulart, que apregoava as reformas de base no País.

IN - O que significa para o senhor fazer 50 anos de profissão?
SPC – O jornalismo pra mim nunca foi profissão, nunca ganhei, nem cobrei nada, por meus escritos jornalísticos, sempre ganhei o leite das crianças trabalhando como pequeno empresário. Escrevia à noite, após o expediente. Mesmo assim, o exercício jornalístico marcou muito minha vida, me deu muitas alegrias, mesmo com o contraponto de muitas decepções, sustos, processos judiciais, inimizades, incompreensões, caras feias. Como até hoje.

IN - Qual a sua maior alegria nesses anos todos?
SPC – Como jornalista foram muitas pequenas alegrias, por exemplo, lá pelos idos dos anos 60, se o diretor do jornal não gostasse do teor da matéria, por avaliação própria ou por sugestão de algum abelhudo, ele simplesmente não publicava e não aceitava reclamação do autor. Então era uma alegria danada ver no fim de semana a matéria estampada no jornal, dava cócegas de tão gostoso. Mas a maior alegria mesmo no quesito escrever foi quando recebi correspondência da gerência da Editora Record, Rio, informando que meu livro Não Verás Nenhum País Como Este, tinha sido aceito para publicação. Afinal, era a maior editora do país publicando um livro de 400 páginas de um capiau de Santa Cruz/Itararé, ex-peão da Fazenda Ibiti, cuja formação não passou do primeiro grau no Grupo Escolar Tomé Teixeira. Ainda com prefácio do professor e então senador Fernando Henrique Cardoso, uma das maiores alegrias de minha vida.

IN - E a sua maior tristeza?
SPC – A maior tristeza como escriba é não ser levado a sério quando faço denúncias de homens públicos, eleitos pela vontade e a boa-fé de milhares de eleitores, levados a errar pela falta de informação num país em que a educação nunca foi prioridade, em que os professores são os mais mal pagos dentre as profissões acadêmicas. Ver os homens públicos preocupados apenas em ganhar dinheiro, fazer a vida nos cargos, sem dó nem piedade de uma população paupérrima que no embalo da emoção vota neles. É triste.

IN - O que mais marcou o senhor nesses 50 anos?
SPC - Difícil dizer o que mais me marcou neste meio século, foram tantas emoções...mas como jornalista bissexto o que mais marcou, que me lembro, foram dois eventos recentes: o primeiro, a decepção que senti ao ser expulso, friamente, do jornal Folha do Sul no qual colaborava desde que o seu atual proprietário tinha três anos de idade, e por motivos fúteis. Isso reforçou em mim a concepção de que é difícil existir amizade sem interesse material; o segundo, após ser expulso da Folha, ser convidado no dia seguinte pelo diretor-proprietário do bravo semanário Ita News, Kiko Carli, para integrar sua equipe jornalística, onde fui recebido com festa, platéia de funcionários e convidados, comes-e-bebes, discursos e aplausos. Foi muito marcante.

IN - Qual o segredo para escrever durante todo esse tempo sem cair no esquecimento e ter uma plateia que aguarda toda semana para ler seus textos?
SPC – Essa pergunta é a mais difícil, porque nunca soube o que se passa no coração de meus leitores, alguns há décadas acompanham meu trabalho, inclusive, recortam e guardam. Maravilhoso. Talvez o segredo esteja em escrever com o coração sem a preocupação de ser simpático ou de agradar alguém. Não vacilar em denunciar quando ninguém teve coragem de fazê-lo, não se corromper, enfim, ser fiel aos leitores e honesto consigo próprio, revelando a verdade doa a quem doer. Acho que é isso.

IN - Como definiria o SPC escritor?
SPC - Definiria como fracassado, pelo menos por enquanto, pois ainda não consegui publicar meu romance que estava engavetado até dias atrás e que agora está em avaliação numa editora, vamos ver se ela aceita a edição. Há muitos anos convivo com a pretensão de publicar meus contos e romances. Não me interessa ter de pagar a edição do livro para depois vender (ou dar) os exemplares para os amigos (a maioria compra ou ganha constrangida). Não tenho nada contra isso, mas não acho justo, livro é um pitéu que deve ser saboreado com prazer, não para encher egos ou ostentar vaidades.

IN- O senhor tem alguma saudade?
SPC – Muitas saudades, centenas, sou saudosista assumido, curto reminiscências até o último fio de cabelo. E nessas lembranças estão a minha inspiração literária, recheada de autobiografia. Tenho saudade de quando quase fui contratado pela Rádio PRB-2 de Curitiba, em 1954. Aí, vim pra Itapeva a passeio, e fiquei. Então, cantei na Rádio Clube daqui e parei ao casar. Tenho saudade da fazenda Ibiti onde trabalhei aos 12 anos, tendo como serviço buscar a tropa na invernada, cedinho, às vezes sob intensa cerração; tirar leite de três vacas suíças à tarde, além de cuidar de 42 cachorros do então ministro da Fazenda de Getúlio, doutor Correa e Castro, entre os quais perdigueiros adestrados para caçar perdizes, que abundavam por aqueles vastos campos de barbatimão e pés de cabeças-de-negro; tenho saudades de...chega, é bom parar por aqui.

IN - O que significa para o senhor poder se expressar?
SPC – Poder me expressar significa viver intensamente, botar pra fora os grilos que atormentam aqueles que não sabem como os expulsar da mente, significa compromisso com a sociedade em contribuir para que a vida das pessoas seja melhor, significa não ficar calado diante da injustiça social, da malandragem política, significa ter coragem de externar indignação com as coisas erradas e tentar corrigi-las mesmo ao preço de ser antipático, enfim, poder se expressar é o maior dom natural do homem. Agradeço a equipe do Ita News esta homenagem pelo meu modesto jubileu jornalístico.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Jorge Chuéri e a Marcha do Fiat Amarelinho


Sonhos de Uma Criança de Itararé




Sonhos de Uma Criança em Itararé

Eu era o menino
Que sonhava incendiar barcos de papel de pão
Assumir a bússola, o sextante, o timão
E com a nave louca desgovernada
Ganhar o corrimão da enxurrada...

Eu era o guri
Que olhando o céu de Itararé tão infinito
Ainda assim fazia pito-carito
Pois eu tinha um sonho altaneiro, bonito
De ser poeta, vencer, ter floração
Muito além daquela constelação

Eu era um piá
Em Itararé – a beira do Paraná
Que tinha loucas ilusões, fantasias...
Em deixar a terra-mãe onde canta a sabiá
E todas as minhas conquistas e vitórias teria
Vivendo de cervejas, de serestas e de poesia...

Mas veio a baldeação da florada da vida
O curumim sentindo fome e a alma dividida
Garrou o mundo em busca de diploma, arco-íris, anel
Mas sofrido descobriu-se um dia de luta descabida
Que ainda é só aquele pobre menino do barco de papel
E o incêndio é a saudade de uma distante Itararé querida!

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Silas Correa Leite – E-mail:
poesilas@terra.com.br
Blogue: www.porta-lapsos.zip.net

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

JOIANDO - Poeminho de Silas Correa Leite

Poetinha Silas Correa Leite, Documentário CBN Rio, Rinoceronte de Clarice (e-boook)



Joiando



Eu trabalho onde a palavra
Começa a dançar e ouso
Onde o corpo líquido
Começa a fluir as insofrências
Onde o teatro é a vida
Cênicas as impertinências
E onde o som é luz e pouso
E no poetar não vejo dor
Esplendor ou gozo
Talvez, na minha poesia
Entre o êxtase e a cantagonia
Escrevo o meu joio precioso


Silas Correa Leite
E-mail:
poesilas@terra.com.br
www.portas-lapsos.zip.net