sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sonhos de Uma Criança de Itararé




Sonhos de Uma Criança em Itararé

Eu era o menino
Que sonhava incendiar barcos de papel de pão
Assumir a bússola, o sextante, o timão
E com a nave louca desgovernada
Ganhar o corrimão da enxurrada...

Eu era o guri
Que olhando o céu de Itararé tão infinito
Ainda assim fazia pito-carito
Pois eu tinha um sonho altaneiro, bonito
De ser poeta, vencer, ter floração
Muito além daquela constelação

Eu era um piá
Em Itararé – a beira do Paraná
Que tinha loucas ilusões, fantasias...
Em deixar a terra-mãe onde canta a sabiá
E todas as minhas conquistas e vitórias teria
Vivendo de cervejas, de serestas e de poesia...

Mas veio a baldeação da florada da vida
O curumim sentindo fome e a alma dividida
Garrou o mundo em busca de diploma, arco-íris, anel
Mas sofrido descobriu-se um dia de luta descabida
Que ainda é só aquele pobre menino do barco de papel
E o incêndio é a saudade de uma distante Itararé querida!

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Silas Correa Leite – E-mail:
poesilas@terra.com.br
Blogue: www.porta-lapsos.zip.net

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