EMBARCAÇÃO
A embarcação já vai partir
Não vai dar tempo
Não vão esperar por mim
Vou ficar sozinho nessa ilha
Serei deixado para trás
Esse sempre foi o meu destino
Alguém me deixa e vai embora
Não estão me vendo descer a planície feito um louco
Com cestas de amoras e potes de água pura
Eles estão saindo do porto da angústia
Estou de novo sendo deixado para trás
Eles estão partindo... esperem por mim...
Eu não quero morrer abandonado de novo
Por favor, olhem para a terra, eis-me emergindo
Vejam que estou tentando, eu voltei a andar um pouco
Não sou mais um inútil, eu me recuperei, não sou tão inútil
O navio ganha o mar, parte, de novo fiquei abandonado
De novo sozinho, de novo deixado para trás, como sempre
Só há gaivotas no porto agora, e sinais de civilização
Chorando eu escrevo com sal e sangue na pedra arrebentada do cais
O meu abandono, o meu destino, o meu poema solitário
Enquanto uma tempestade se avoluma e eu me entrego a ela
Como uma ovelha se entrega ao açougue das almas perdidas
Porque sei que em nenhum lugar do mundo chorarão por mim
Ninguém nunca dará pela minha falta no meu triste desterro íntimo
-0-
Silas Correa Leite
E-mail: poesilas@terra.com.br
www.portas-lapsos.zip.net
A embarcação já vai partir
Não vai dar tempo
Não vão esperar por mim
Vou ficar sozinho nessa ilha
Serei deixado para trás
Esse sempre foi o meu destino
Alguém me deixa e vai embora
Não estão me vendo descer a planície feito um louco
Com cestas de amoras e potes de água pura
Eles estão saindo do porto da angústia
Estou de novo sendo deixado para trás
Eles estão partindo... esperem por mim...
Eu não quero morrer abandonado de novo
Por favor, olhem para a terra, eis-me emergindo
Vejam que estou tentando, eu voltei a andar um pouco
Não sou mais um inútil, eu me recuperei, não sou tão inútil
O navio ganha o mar, parte, de novo fiquei abandonado
De novo sozinho, de novo deixado para trás, como sempre
Só há gaivotas no porto agora, e sinais de civilização
Chorando eu escrevo com sal e sangue na pedra arrebentada do cais
O meu abandono, o meu destino, o meu poema solitário
Enquanto uma tempestade se avoluma e eu me entrego a ela
Como uma ovelha se entrega ao açougue das almas perdidas
Porque sei que em nenhum lugar do mundo chorarão por mim
Ninguém nunca dará pela minha falta no meu triste desterro íntimo
-0-
Silas Correa Leite
E-mail: poesilas@terra.com.br
www.portas-lapsos.zip.net
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