Havia Um Caminho de Voltar Para Casa
Ah querida, pode acreditar...
Havia um caminho de voltar para casa
O pai estava vivo com seu acordeon vermelho
A mãe fazendo sopa de fubá com couve rasgada
Éramos uma família pobre mas ninguém estava morto
Ruas, quintais; Itararé emperiquitada no favo da memória atiçada
Tanto tempo se passou e nos mudamos de nós, querida
A névoa ainda vem com suas sombras em preto e branco
Olho pra você e já nem me reconheço mais em mim
Se éramos esperanças ou se tudo se acabou como um pesadelo
E os que restaram têm lágrimas entre sonhos dourados
Porque é Natal e muita coisa não mais faz sentido para todos nós
Ah querida, pode acreditar
Havia um caminho de voltar para casa
Itararé era tão pertinho, quase um crepúsculo íntimo
Mas nos perdemos e agora choramos pitangas
Porque sabemos que tudo acabou como uma noite
Que se vestisse de bruma para nos fazer recordar as tristices
O que vamos fazer de nós agora que descobrimos
Que o Natal tem um presépio de pobre e não há esperança?
Tanto tempo se passou e o que restou de nós depois de tudo
Senão esse sentido de ausência e um presente que já não há
Quando eu me sinto o próprio burrinho do presépio
E a única estrela que vejo é a dos olhos saudosos chorando?
-0-
Silas Correa Leite, Santa Itararé das Letras
www.portas-lapsos.zip.net
Ah querida, pode acreditar...
Havia um caminho de voltar para casa
O pai estava vivo com seu acordeon vermelho
A mãe fazendo sopa de fubá com couve rasgada
Éramos uma família pobre mas ninguém estava morto
Ruas, quintais; Itararé emperiquitada no favo da memória atiçada
Tanto tempo se passou e nos mudamos de nós, querida
A névoa ainda vem com suas sombras em preto e branco
Olho pra você e já nem me reconheço mais em mim
Se éramos esperanças ou se tudo se acabou como um pesadelo
E os que restaram têm lágrimas entre sonhos dourados
Porque é Natal e muita coisa não mais faz sentido para todos nós
Ah querida, pode acreditar
Havia um caminho de voltar para casa
Itararé era tão pertinho, quase um crepúsculo íntimo
Mas nos perdemos e agora choramos pitangas
Porque sabemos que tudo acabou como uma noite
Que se vestisse de bruma para nos fazer recordar as tristices
O que vamos fazer de nós agora que descobrimos
Que o Natal tem um presépio de pobre e não há esperança?
Tanto tempo se passou e o que restou de nós depois de tudo
Senão esse sentido de ausência e um presente que já não há
Quando eu me sinto o próprio burrinho do presépio
E a única estrela que vejo é a dos olhos saudosos chorando?
-0-
Silas Correa Leite, Santa Itararé das Letras
www.portas-lapsos.zip.net
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