Microconto:
Noite
Sentiu que estava sendo seguido. Seu instinto de sobrevivência ligou-o. Acionado o plug instintal, se encostou na parede de vidro fumê, e sondou o derredor. Alguém ou algo o espreitava em algum lugar. A rua, àquela hora da noite tinha becos, cortiços, lixões, guetos, tudo entre a sombra e a escuridão. Mas não teve medo. Devagar, seguiu andando. Estava pronto. Nunca estivera tão a ponto de bala para deixar de viver. Lentamente, horas depois que atravessou os quase cinco mil metros, chegando perto de luz farta, foi que se sentiu seguro e fora de risco. Então desatou a chorar. Aquela era uma bela noite para morrer.
Silas Correa Leite
Santa Itararé das Artes
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