skip to main |
skip to sidebar
Poema (In Memoriam)
Michael “Neverland” Jackson
(Sampa 25.06.09)
“Você pode mudar o mundo/(Eu não
consigo sozinho)/Você pode tocar o
céu/(Vou precisar de ajuda)/Você é
o escolhido/(Vou precisar de um sinal)/
...E se todos chorassem hoje à noite?”
Cry (Michael Jackson/R. Kelly)
Michael Jackson era negro e queria ser branco (com sua cota ancestral de dor negra)
O que o vitimizou – como um estigma
Michael Jackson era pobre e queria ser rico (de posses infantis e desejos transversais)
O que o desconfigurou como um estorvo
Michael Jackson era homem e queria ser mulher (de alguma maneira que pudesse)
O que o adulterou - Narciso cego, Édipo manco
Michael Jackson queria ser judeu (mas era um Peter-Pan enjaulado em cantagonias)
O que o marcou como ser na identificação de.
Michael Jackson como um não-Ser num não-lugar
Cantava dançava compunha dirigia criava voava
Um quase preto homem-menina com desvios íntimos
Com fox-trot nos pés e nos quadris portentosos
E uma alma sempre criança mal-amadurecida
Na ultrajada inocência para fins midiáticos e lucrativos
Fugiu-se na música – as ousadas canções
Tinha ritmo frenético – em viagens sonoras
Sobreviveu feito ermitão – urbano entre brinquedos
O pop do alto ao chão – paranóia na vida-livro
Muito além dos píncaros da glória efêmera...
Agora não tem cor – Não há cor na morte
Agora não tem posses – Nada levamos daqui
Agora não tem sexo – A terra há de comer
Agora não tem vitiligo: pergunte ao pó
Para ter sua tão sonhada Neverland
Assim na terra como no céu em purgações
Cortaria os próprios pulsos com música
Melodia, harmonia, ritmo em vício-clip
Sem saber que do outro lado da vida-hollywood-presley
Não há hormônios - nem cirurgias
Não há espelhos – nem camarins
Talvez nalgum lugar entre o céu e o inferno da terra-mãe
Ele encontre finalmente paz – mas uma paz não humana
E então não tenha mais vergonha da cor
Não tenha nunca mais vergonha do rosto
Não tenha vergonha da origem ou do sexo
Porque seu espírito atribulado finalmente se refrigerará
Em estúdios muito além de suas tantas realidades paralelas
E dentro da morte – muito além do som do silêncio –
Ele novamente ensaiará os primeiros passos de si mesmo
Como num “Thriller”.
-0-
Silas Correa Leite – Santa Itararé das Letras, São Paulo, Brasil
E-mail: poesilas@terra.com.br
Blogue premiado do uol: www.portas-lapsos.zip.netAutor de “O Homem Que Virou Cerveja”,
Crônicas Hilárias de Um Poeta Boêmio,
Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador, Bahia, 2009, Giz Editorial, no prelo
Arte de Itararé em São Paulo: Rosalina Fernandes
ORIXÁS AFRICANOS INSPIRAM ARTISTA EM SUA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO
A abertura da exposição “Caminho pelos Orixás”, da artista plástica Rosalina Fernandes, será no dia 20 de junho (sábado), às 20h, no Espaço Dafne, à rua Alvarega, 1433, Butantã. A exposição fica aberta para visitantes do dia 21 até o dia 29 de junho, das 15h às 19h. Para saber mais da obra da artista segue o endereço: http://www.flickr.com/photos/rosalinafernandes/
Após passar por uma cirurgia para a retirada de dois coágulos no cérebro, Rosalina Fernandes, 60, sentiu que tinha uma missão a cumprir. Sem nenhuma sequela, das várias que corria risco depois da cirurgia, a professora de educação física – que, apesar da opção pelo esporte, nunca deixou de cultivar tambéma paixão pela pintura, descoberta aos 15 anos de idade -- decidiu que deveria encontrar uma forma de agradecer. Foi assim que Rosalina, que teve suas primeiras aulas de arte em Itararé (interior de São Paulo), com uma freira, retomou vigorosamente o contato com as tintas e os pinceis. Nos últimos dois anos, a artista é presença assídua do atelier Casa e Jardim, localizado no Campo Belo, do artista Paolo Quaglio. No final de 2008, mais um acontecimento veio mexer com a alma do artista. Tudo começou quando um pai-de-santo encomendou uma série de telas dos orixás africanos para decorar seu novo espaço. Sem nenhuma intimidade com o tema, Rosalina pesquisou referências e compôs seu desenho. Durante a produção desses Orixás, a artista sentiu que as pinceladas fluíam, que a combinação de cores acontecia naturalmente, e os traços, até então considerados acadêmicos, ganhavam movimento e personalidade. Em pouco tempo, toda obra estava pronta. A partir daí, novas encomendas, também relacionadas aos Orixás, começaram a surgir, e a artista, influenciada pelo mestre Paolo – que se autointitula “santeiro” – e com total apoio dos amigos, decidiu fazer uma exposição com os orixás africanos. Assim, o “Caminho pelos Orixás” é mais do que uma exposição de arte. É a junção do agradecimento de Rosalina, que hoje reconhece na sua recuperação quase milagrosa a atuação dos deuses africanos, com seu florescer como artista – de suas pinceladas vigorosas, surge mais do que a beleza: é o milagre da vida, do renascimento e da plena integração do humano com o divino.
Produção e obras
A exposição “Caminho pelos Orixás” conta com 2 quadros de 120 cm x 70cm, 12 de 150cm x 90cm e 2 painéis: um de quase 5 metros e outro de aproximadamente 3 metros, todos acrílico sobre tela, produzidos em um pouco mais de dois meses. Rosalina leva para sua obra referências próprias: corpos definidos e fortes, característica da sua formação acadêmica como educadora física. “Fui atleta e carrego a preocupação de ter e manter o corpo saudável. Passo isso para os meus alunos e agora, através da minha arte. A plástica dos corpos é muito importante para mim. Aproveitei que os Orixás carregam as características de guerreiros e caçadores e os concebi fortes e vigorosos”, afirma a artista. Essa característica também aparece na primeira fase, mais acadêmica, nos quadros em que ela retrata os atletas em ação. Outra marca bastante forte na pintura de Rosalina são os rostos andróginos que ela escolheu para caracterizar seus Orixás. “Tanto os masculinos quanto os femininos estão com os rostos muito parecidos. Apenas os semblantes, muito sutilmente, transmitem impressões levemente diferenciadas”, explica o professor Paolo. A androgenia é comum nas obras religiosas da tradição judaico-cristã – os anjos são um bom exemplo dessa mescla entre o feminino e o masculino. Segundo o professor Paolo, o desenvolvimento de Rosalina durante os dois meses de preprodução das obras foi “impressionante”. Ele afirma: “Antes ela demorava duas semanas para finalizar um quadro, hoje não leva mais do que dois dias. Isso mostra a segurança da artista em relação ao tema escolhido e o aprimoramento da sua técnica”, conclui.
Assessoria de imprensa
Lara Schulze – contatos: (11) 83329820 e laraschulze@hotmail.com
Artista de Itarare em Mostra de Cinema na França
O artista Itarareense, Georges Souza, nosso popular, “Carlito de Itararé”, 27 anos e já produtor de filmes de qualidade, onde atua como Diretor, Produtor, Redator, e Ator, conhecido na cidade e região por seu talento e sensibilidade, foi entrevistado pela TV TEM e divulga seus trabalhos no YouTube que tem recorde de acessos. Pois agora nossa nova Andorinha de mente brilhante acaba de ser selecionado para participar da “Mostra Maison du Brésil em Paris”, França, com dois curtas-metragens, um verdadeiro reconhecimento de sua arte. Seu trabalho será apresentado dia 13/06, para orgulho dessa nossa Santa Itararé das Artes. Já divulgado na web, o site Overmundo assim se expressa sobre o Georges de Souza, nosso “Charles Chaplin caseiro”:
“Chamar George Souza de “Charles Chaplin de Itararé” pode parecer exagero. Mas a comparação deve-se a algumas semelhanças entre os dois, especialmente, a aspectos pessoais de suas vidas: -Os dois nasceram em famílias pobres, mas apesar das dificuldades resolveram arriscar a vida artística; Chaplin iniciou a carreira no teatro; George também já esteve nos palcos; -O gênio do cinema era também músico e compôs as trilhas sonoras de vários de seus filmes. George estuda música erudita há sete anos; toca piano e violino;- O diretor viveu longe do pai desde pequeno; George mora com a mãe e o tio. -Chaplin fazia cinema mudo porque na época, não havia tecnologia de áudio suficiente; George não tinha recursos técnicos e financeiros quando começou a produzir suas obras. -Chaplin escrevia, produzia, dirigia, atuava, editava e fazias as trilhas sonoras de seus filmes; George também; -Chaplin criou o personagem Carlitos, um vagabundo gentil e engraçado que usava um terno esgarçado, sapatos maiores que seus pés, bengala e cartola (ou chapéu-coco), que aparece em todos os seus filmes; George criou Georgitos, que carrega as mesmas características. Vejam no site: http://www.overmundo.com.br/overblog/o-charles-chaplin-de-itarare
Georges Souza mora com a mãe aposentada, estuda música erudita (violino e piano) e fora das lidas com as artes ganha algum dinheiro fazendo pequenos bicos, pintando, reformando e decorando casas ou, esporadicamente, tocando violino e piano em casamentos. Gostando de cinema, desejando se aventurar na área, sonhando, com dificuldades financeiras Georges adquiriu uma câmera VHS com o “patrocínio” da mãe, e fez um curso de fotografia pelo Instituto Universal Brasileiro. Georges tem um problema agora: convidado pra estar presente na apresentação de seus dois trabalhos, o que é uma honra para o Brasil e pra Itararé, não dispõe de numerário suficiente para viajar. Está tentando em Itararé, com amigos, com as autoridades constituídas, com grandes empresários. Mas vem enfrentando dificuldades, com alguma falta de sensibilidade aqui e ali. Esperamos no entanto, que a sociedade Itarareense se mobilize no sentido de ajudar nossa mais recente estrela artística, para que todos saibam que, sim, nós produzimos nossa própria cultura, nós consumimos nossa própria cultura, e, mais: nós valorizamos nossa cultura e nossos artistas que têm o talento reconhecido até fora de Itararé, e, no caso do Georges Souza, fora do Brasil.
-0-
Silas Correa Leite – Santa Itararé das Letras E-mail: poesilas@terra.com.br – Site: www.itarare.com.br/silas.,htm - Blog premido do UOL: www.portas-lapsos.zip.netAutor de “O Homem Que Virou Cerveja”, Prêmio Valdeck Almeida de Jesus, Salvador Bahia, 2009, Crônicas Hilárias de Um Poeta Boêmio, no prelo, Giz Editorial