quinta-feira, 30 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
Declaração Universal dos Direitos dos Boêmios
Declaração Universal dos Direitos dos Boêmios
01)-Todos os Boêmios Cósmicos até de além da Via Láctea, têm o mesmo direito à vida noturna, notívaga, da fauna seresteira, sem tirar nem pôr. E todo Boêmio é um filósofo para muito bem discutir futebol, mulher, política, religião e objetos não identificados, principalmente depois da saideira que nunca termina de ser a antepenúltima...
02)-Todos os Boêmios têm direito ao respeito e a proteção dos abstêmios e mesmo à proteção da lei da vida urbana e das autoridades constituídas, até porque, as grandes revoluções e guerras podem começar ou terminar nos bares e é melhor prevenir do que remediar
03)-Nenhum Boêmio deve ser maltratado, tendo sempre direito a pinduras, fiados, cheques borrachudos ou mesmo até algumas biritas e saideiras por conta de amigos do chamado “Lar Doce Bar” ou mesmo por conta da casa, porque Boêmio que presta é Boêmio que não troca o destilado pelo duvidoso. Edepois, falando sério, pode ser melhor deste lado do que do lado de lá... Deus abençoe o limão e o açúcar. Meu reino por uma garrafa de cachaça.
04)-Todos os Boêmios inveterados e incorrigíveis, têm o direito de viver para sempre no seu habitat rueiro de gracioso natureba-etílico em peregrinação, entre as musas, amantes e amigas do alheio, longe dos que têm cérebro de minhoca, os subcretinos e os alcoólatras anônimos
05)-A esposa-vitima que o Boêmio escolher para ser sua eternal companheira na alegria e na falta de cerveja, no álcool nosso de cada dia ou na ressaca, não deve nunca abandoná-lo como a um Engov ou Sonrisal usado. Abandonar um boêmio é condená-lo ao dezelo íntimo que resultará numa cirrose como seqüela de seu desmanche como ser e como humano. E depois, beber é divino.
06)-A nenhum Boêmio deverá ser causado qualquer dor de qualquer natureza, e a mulher que o deixar e o trair por ser biscate, será para sempre renegada por todos os viventes com consciências arejadas, cairá na vida e será uma qualquer na vida difícil sem ele, um incompreendido pelas pedaçudas de miolo mole e certos interesses escusos de percurso. Para compreender um Boêmio tem que ter olhos de santa, abraços de estrelas e alma avelã.
07)-Todo ato que põe em risco a vida ou o fígado do Boêmio, é um crime contra a natureza e a sua orquestra cósmica de preservação dos seresteiros, cantadores, trovadores, louvadores da vida e da beleza da vida por atacado. O Bar é nosso e ninguém tasca. E artistas bebem para suportarem a insanidade e o cinismo de parte da sociedade de lucros impunes, riquezas injustas, propriedades-roubos e falsidades cênicas
08)-A poluição da vida (becos e guetos), do bar (estranhos e pára-quedistas), de praias e montanhas, de terras lindas como Itararé, Cidade Poema, Shangri-lá, Pasárgada, Terra do Nunca, Paris, Rio de Janeiro, será considerada um crime contra a existência dos boêmios que são livres pela própria natureza, cantadores por ócios do oficio, com suas contentezas e prazeiranças de alegrar mundos e fungos, ícaros e almas naus, periferias cor-de-rosa e bares risca-facas. Saravá, Pixinguinha e Maestro Gaya. Os que não sabem beber são saúvas. E as saúvas ainda vão acabar com o Brasil. Camarada, que bom que você veio.
09)-Os direitos dos Boêmios serão defendidos por lei e valias desde logo em todos os foros de respeito à vida, à lua crescente ou cheia, à imaginação fértil e às barulhanças do bem viver em paz e com a alma aberta, até porque, ninguém é de ferro e, como disse o Chico Buarque do Brasil - o maior porrista de todos - a seco ninguém segura esse rojão
10)-O ser humano deve ser educado desde a tenra infância ainda no materno seio doce ou na mamadeira-chuqinha com suco de uva pra preparar o desfrute no devir – e deve saber que da água viemos e à cerveja voltaremos, e deve com sensibilidade temporã observar, respeitar e compreender o seu próprio despertar de uma paisana consciência cívica e ético-plural-comunitária (humanismo de resultados), pois, os animais que são puristas amam os bêbados e seus correligionários, mas, principalmente, se não tiver competência etílica ou asa luz para ser um verdadeiro Boêmio de fé e estirpe – e pescador, mentiroso, poeta e contador de causos do álcool da velha - que pelo menos respeite os Baristas e suas vidas ilustres nas constelações noturnas como pirilâmpadas do viver cada dia como se o mundo fosse acabar. E depois, Boêmio não tem terceira idade, tem terceira infância, e é melhor morrer de porre do que de tédio. Ai que preguiça! O mundo não vai acabar em fogo em enxofre com choro e ranger de dentes, mas acabar em cerveja transgênica com gargalo de espuma radioativa, chorinho e ranger de petiscos nos dentes. E nunca bebam ao dirigir, que a latinha pode cair...
E fica o dito pelo não dito. Quem quiser que conte outra, e vamos pedir mais uma rodada que o fígado faz mal à cerveja e depois, malte, levedo, lúpulo, e cevada, é muito melhor do que água, pois os peixes fazem sexo na água. Aleluia Biriteiros. O céu pode esperar. Ave Itararé! Mãos ao Álcool!
-0-
Poeta Silas Corrêa Leite – Boêmio Pela Própria Natureza
Poema da Série “Há Bares Que Vêm Pra Bem - Confesso que Bebi”
Estância Boêmia de Itararé, Chão de Estrelas – “A história do Brasil passa por aqui” - Capital Artístico-Cultural-Etílica da Região Sul do Estado de São Paulo, em boa safra de uva, milho, feijão, calcário, bares, beiras de rios, cevas, luares e, é claro, muita cana-de-açúcar que o céu pode ser lá
E-mail: poesilas@terra.comr.br
Site:
www.itarare.com.br/silas.htm
Blogue de Itararé: www.artistasdeitarare.zip.net
01)-Todos os Boêmios Cósmicos até de além da Via Láctea, têm o mesmo direito à vida noturna, notívaga, da fauna seresteira, sem tirar nem pôr. E todo Boêmio é um filósofo para muito bem discutir futebol, mulher, política, religião e objetos não identificados, principalmente depois da saideira que nunca termina de ser a antepenúltima...
02)-Todos os Boêmios têm direito ao respeito e a proteção dos abstêmios e mesmo à proteção da lei da vida urbana e das autoridades constituídas, até porque, as grandes revoluções e guerras podem começar ou terminar nos bares e é melhor prevenir do que remediar
03)-Nenhum Boêmio deve ser maltratado, tendo sempre direito a pinduras, fiados, cheques borrachudos ou mesmo até algumas biritas e saideiras por conta de amigos do chamado “Lar Doce Bar” ou mesmo por conta da casa, porque Boêmio que presta é Boêmio que não troca o destilado pelo duvidoso. Edepois, falando sério, pode ser melhor deste lado do que do lado de lá... Deus abençoe o limão e o açúcar. Meu reino por uma garrafa de cachaça.
04)-Todos os Boêmios inveterados e incorrigíveis, têm o direito de viver para sempre no seu habitat rueiro de gracioso natureba-etílico em peregrinação, entre as musas, amantes e amigas do alheio, longe dos que têm cérebro de minhoca, os subcretinos e os alcoólatras anônimos
05)-A esposa-vitima que o Boêmio escolher para ser sua eternal companheira na alegria e na falta de cerveja, no álcool nosso de cada dia ou na ressaca, não deve nunca abandoná-lo como a um Engov ou Sonrisal usado. Abandonar um boêmio é condená-lo ao dezelo íntimo que resultará numa cirrose como seqüela de seu desmanche como ser e como humano. E depois, beber é divino.
06)-A nenhum Boêmio deverá ser causado qualquer dor de qualquer natureza, e a mulher que o deixar e o trair por ser biscate, será para sempre renegada por todos os viventes com consciências arejadas, cairá na vida e será uma qualquer na vida difícil sem ele, um incompreendido pelas pedaçudas de miolo mole e certos interesses escusos de percurso. Para compreender um Boêmio tem que ter olhos de santa, abraços de estrelas e alma avelã.
07)-Todo ato que põe em risco a vida ou o fígado do Boêmio, é um crime contra a natureza e a sua orquestra cósmica de preservação dos seresteiros, cantadores, trovadores, louvadores da vida e da beleza da vida por atacado. O Bar é nosso e ninguém tasca. E artistas bebem para suportarem a insanidade e o cinismo de parte da sociedade de lucros impunes, riquezas injustas, propriedades-roubos e falsidades cênicas
08)-A poluição da vida (becos e guetos), do bar (estranhos e pára-quedistas), de praias e montanhas, de terras lindas como Itararé, Cidade Poema, Shangri-lá, Pasárgada, Terra do Nunca, Paris, Rio de Janeiro, será considerada um crime contra a existência dos boêmios que são livres pela própria natureza, cantadores por ócios do oficio, com suas contentezas e prazeiranças de alegrar mundos e fungos, ícaros e almas naus, periferias cor-de-rosa e bares risca-facas. Saravá, Pixinguinha e Maestro Gaya. Os que não sabem beber são saúvas. E as saúvas ainda vão acabar com o Brasil. Camarada, que bom que você veio.
09)-Os direitos dos Boêmios serão defendidos por lei e valias desde logo em todos os foros de respeito à vida, à lua crescente ou cheia, à imaginação fértil e às barulhanças do bem viver em paz e com a alma aberta, até porque, ninguém é de ferro e, como disse o Chico Buarque do Brasil - o maior porrista de todos - a seco ninguém segura esse rojão
10)-O ser humano deve ser educado desde a tenra infância ainda no materno seio doce ou na mamadeira-chuqinha com suco de uva pra preparar o desfrute no devir – e deve saber que da água viemos e à cerveja voltaremos, e deve com sensibilidade temporã observar, respeitar e compreender o seu próprio despertar de uma paisana consciência cívica e ético-plural-comunitária (humanismo de resultados), pois, os animais que são puristas amam os bêbados e seus correligionários, mas, principalmente, se não tiver competência etílica ou asa luz para ser um verdadeiro Boêmio de fé e estirpe – e pescador, mentiroso, poeta e contador de causos do álcool da velha - que pelo menos respeite os Baristas e suas vidas ilustres nas constelações noturnas como pirilâmpadas do viver cada dia como se o mundo fosse acabar. E depois, Boêmio não tem terceira idade, tem terceira infância, e é melhor morrer de porre do que de tédio. Ai que preguiça! O mundo não vai acabar em fogo em enxofre com choro e ranger de dentes, mas acabar em cerveja transgênica com gargalo de espuma radioativa, chorinho e ranger de petiscos nos dentes. E nunca bebam ao dirigir, que a latinha pode cair...
E fica o dito pelo não dito. Quem quiser que conte outra, e vamos pedir mais uma rodada que o fígado faz mal à cerveja e depois, malte, levedo, lúpulo, e cevada, é muito melhor do que água, pois os peixes fazem sexo na água. Aleluia Biriteiros. O céu pode esperar. Ave Itararé! Mãos ao Álcool!
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Poeta Silas Corrêa Leite – Boêmio Pela Própria Natureza
Poema da Série “Há Bares Que Vêm Pra Bem - Confesso que Bebi”
Estância Boêmia de Itararé, Chão de Estrelas – “A história do Brasil passa por aqui” - Capital Artístico-Cultural-Etílica da Região Sul do Estado de São Paulo, em boa safra de uva, milho, feijão, calcário, bares, beiras de rios, cevas, luares e, é claro, muita cana-de-açúcar que o céu pode ser lá
E-mail: poesilas@terra.comr.br
Site:
www.itarare.com.br/silas.htm
Blogue de Itararé: www.artistasdeitarare.zip.net
quinta-feira, 23 de abril de 2009
As Sete Saúdes do Professor
“...O verão há de vir/Mas virá só para os pacientes/Que aguardam num grande silêncio corajoso/Como se diante deles estivesse a eternidade.../”
Rainer Maria Rilke
Para o Poeta Paulo Benedicto Pinheiro
(In Memoriam)
O professor, mais do que ninguém, a cada ano letivo, incorpora a sua nova e preciosa cota de recursos humanos, cada vez mais fragilizados pelas múltiplas falências (Deus, família, sociedade, consumo). Mesmo ganhando muito menos do que deveria (tem de ser inteligente para passar num concurso público difícil e algo bobo para aceitar o que o estado neoliberal paga), praticamente vive dançando no fio da navalha do seu encargo e entorno sociocultural com carências múltiplas também (escola pública camuflada em seu proposital sucateamento; classe média falida pelas resultantes do último amoral e inumano plano econômico). Por isso, tem de estar cada vez mais afinado com as chamadas Sete Saúdes. Como profissional de alto gabarito que sempre precisa ser e mostrar que é — afinal, todo mundo teve um maravilhoso professor na vida — e, sem dúvida alguma, como ser humano desta safra contemporânea, mas, acima de tudo, com respeito profissional próprio, o professor tem de estar antenado, se reciclando sempre, e ainda cuidar do corpo para a mente estar com amplitude ativa e a aula ser gostosa dentro do processo de ensino–aprendizagem, já que quem sairá ganhando será a clientela escolar carente, sempre fito precípuo da educação como um todo.
01. Saúde Físico-mentalO professor tem de andar rotineiramente e com prazer; fazer exercícios orientados e caminhadas sadias; relaxar da correria rotineira, cotidiana; viajar sempre que possível; passear aproveitando a caminhada; talvez fazer ioga; procurar alimentar-se bem e dormir tranqüilo; fazer terapias, se preciso for, para segurar o árduo batente do trabalho pesado em duas ou mais escolas, tentando sobreviver e permanecer ético para sonhar com um humanismo de resultados, sob o enfoque de uma visão plural-comunitária que lhe deve ser inerente, peculiar.
02. Saúde FamiliarO professor tem de ter um estabelecimento residencial muito além de um simples endereço residencial com número ou código de área, uma casa gostosa para chamar de sua, um pacífico lar, doce lar, pois o hábitat de um ser humano é quase a sua pele vivencial mesmo. Procurando morar razoavelmente bem, em espaço tranqüilo, o professor terá o seu refúgio para cismar e pensar com a devida serenidade para, assim, sempre no aconchego do lar, repor as energias em seu espaço todo próprio para ser referencial.03. Saúde FinanceiraO professor tem de saber gastar, poupar, economizar, pesquisar preços, sacar abusos midiáticos na área consumista, evitar gastos desnecessários, mas, ainda assim, ter a consciência de que o ofício é uma espécie de missão. Procurar, na medida do possível, fazer o que gosta nesse campo de trabalho, pois, na verdade, nunca vai ganhar bem como deveria e precisa. Então, não pode entrar nessa de consumo desenfreado, apesar de precisar ter uma vida minimamente digna, que o exemplifique como a importante figura histórico-social que tem sido desde os primórdios dos pedagogos da Grécia antiga.
04. Saúde SocialO professor é um ser social (Kant), como é também um animal político (Sócrates). Portanto, deve saber mais do que ninguém cultivar amigos de qualidade — que são ótimos seres humanos, principalmente —, freqüentar um clube para espairecer, ter um convívio sociofamiliar de qualidade, ser participativo socialmente, falando também fora da sala de aula e da unidade escolar, comprar causas pela paz e convivência harmoniosa e bancar mudanças ético-humanitárias, como o ser cidadão que é, com uma visão de justiça que o qualifique e represente bem.
05. Saúde IntelectualO professor pensa, logo, é docente, logo, existe e, por esse afazer, multiplica a informação, reproduz a ciência, pesquisa a dúvida, domina a técnica salutar, é politizado porque vota bem e certo, precisa ler jornal todo dia, ler ótimos livros — a melhor pedagogia é o exemplo —, fazer cursos o tempo todo, ficar atualizado e atuante, ir ao cinema, curtir novidades, ouvir uma boa música que o nutra, montar exposições de afazeres peculiares, assistir a palestras de novas metodologias e técnicas instrumentais para a docência contemporânea, demonstrar que é um profissional acima da média e que, por isso, pode exigir muito no seu foro de debate representativo, com boa dialética e conhecimento da causa que abraçou com méritos e perspectivas.
06. Saúde EspiritualSim, o homem tem razão, mas tem alma; logo, é um ente espiritual. Imagine-se então um professor, que é educador, mestre, referencial de qualquer meio. Precisa cuidar da alma, não necessariamente só pelo viés de uma igreja — “ama a teu próximo como a ti mesmo”, diz a filosofia dos evangelhos —, mas ter a consciência tranqüila e a fé em Deus, a sensação do dever cumprido, de ter dado o melhor de si, de ter feito o seu melhor, de ter sabido lidar com os seus alunos com tantas seqüelas sociofamiliares, de não precisar ser cobrado para ser completo e idôneo, fazer ações comunitárias, fundar ONGs que pensem em responsabilidades cidadãs entre riquezas injustas, lucros impunes, propriedades, roubos; afinal, como dizia Saint-Exupéry, o essencial, que às vezes é invisível aos olhos, se vê bem com o coração...07. Saúde ProfissionalE, por fim, o professor tem de estar afinado com a cultura, as artes em geral e, principalmente, com as áreas de sua matéria-conteúdo. Estar sempre alerta e reflexivo, estudar sempre — como em qualquer profissão —, buscando se especializar em múltiplas didáticas; programar aulas variadas, gostosas — o aluno tem direito a isso; trocar idéias com colegas de mister, sendo representativo de seu meio, com uma releitura toda própria das “aprendências” e dos letramentos, como instrumentos de evolução, como profissionais de carreira que querem deixar sua marca, deixar seu lastro, fazer o melhor sempre. Afinal, alunos são mensagens de amor que mandamos para o futuro, e somos partes essenciais do verbo “ensinar-aprendendo”.Professor, caia na real. Respire, não pire. Relaxe, não ache (chega de “achismos”). Medite, não dite. Abrace, não force. Você é o mais importante átomo do todo que é o Universo. Se aceitou essa obrigação, não se desgaste nem brigue, obrigue-se. Odeie o ódio. Refaça o fácil. Não reclame, ame. Faça de sua vida uma tábua de esmeraldas. Afinal, somos todos anchietas nessa seara de formadores de opinião, de questionadores de políticas ímprobas do poder público, mas devemos também dar os nossos exemplos de vida e sermos fiéis aos nossos sábios propósitos, com amor e com saúde, muito além de uma solidão incendiária, mas sempre como grãos de mostarda dentro do coração dos alunos, que são templos de nossa sagração existencial de vida humana.O sucesso de todo grande profissional realizado é porque teve um ótimo professor lado a lado...
Saúde, professor!
-0-
Silas Correa Leite – Itararé-SP – Teórico da Educação, Jornalista Comunitário, Coordenador de Pesquisas em Culturas Juvenis pela FAPESP-USP, Conselheiro em Direitos Humanos (SP), Prêmio Ligia Fagundes Telles Para Professor Escritor, autor de Campo de Trigo Com Corvos, Contos, Finalista do Prêmio Telecom, Portugal, livro à venda no site
www.livrariacultura.com.br – Bleogue: www.portas-lapsos.zip.net01. Saúde Físico-mentalO professor tem de andar rotineiramente e com prazer; fazer exercícios orientados e caminhadas sadias; relaxar da correria rotineira, cotidiana; viajar sempre que possível; passear aproveitando a caminhada; talvez fazer ioga; procurar alimentar-se bem e dormir tranqüilo; fazer terapias, se preciso for, para segurar o árduo batente do trabalho pesado em duas ou mais escolas, tentando sobreviver e permanecer ético para sonhar com um humanismo de resultados, sob o enfoque de uma visão plural-comunitária que lhe deve ser inerente, peculiar.
02. Saúde FamiliarO professor tem de ter um estabelecimento residencial muito além de um simples endereço residencial com número ou código de área, uma casa gostosa para chamar de sua, um pacífico lar, doce lar, pois o hábitat de um ser humano é quase a sua pele vivencial mesmo. Procurando morar razoavelmente bem, em espaço tranqüilo, o professor terá o seu refúgio para cismar e pensar com a devida serenidade para, assim, sempre no aconchego do lar, repor as energias em seu espaço todo próprio para ser referencial.03. Saúde FinanceiraO professor tem de saber gastar, poupar, economizar, pesquisar preços, sacar abusos midiáticos na área consumista, evitar gastos desnecessários, mas, ainda assim, ter a consciência de que o ofício é uma espécie de missão. Procurar, na medida do possível, fazer o que gosta nesse campo de trabalho, pois, na verdade, nunca vai ganhar bem como deveria e precisa. Então, não pode entrar nessa de consumo desenfreado, apesar de precisar ter uma vida minimamente digna, que o exemplifique como a importante figura histórico-social que tem sido desde os primórdios dos pedagogos da Grécia antiga.
04. Saúde SocialO professor é um ser social (Kant), como é também um animal político (Sócrates). Portanto, deve saber mais do que ninguém cultivar amigos de qualidade — que são ótimos seres humanos, principalmente —, freqüentar um clube para espairecer, ter um convívio sociofamiliar de qualidade, ser participativo socialmente, falando também fora da sala de aula e da unidade escolar, comprar causas pela paz e convivência harmoniosa e bancar mudanças ético-humanitárias, como o ser cidadão que é, com uma visão de justiça que o qualifique e represente bem.
05. Saúde IntelectualO professor pensa, logo, é docente, logo, existe e, por esse afazer, multiplica a informação, reproduz a ciência, pesquisa a dúvida, domina a técnica salutar, é politizado porque vota bem e certo, precisa ler jornal todo dia, ler ótimos livros — a melhor pedagogia é o exemplo —, fazer cursos o tempo todo, ficar atualizado e atuante, ir ao cinema, curtir novidades, ouvir uma boa música que o nutra, montar exposições de afazeres peculiares, assistir a palestras de novas metodologias e técnicas instrumentais para a docência contemporânea, demonstrar que é um profissional acima da média e que, por isso, pode exigir muito no seu foro de debate representativo, com boa dialética e conhecimento da causa que abraçou com méritos e perspectivas.
06. Saúde EspiritualSim, o homem tem razão, mas tem alma; logo, é um ente espiritual. Imagine-se então um professor, que é educador, mestre, referencial de qualquer meio. Precisa cuidar da alma, não necessariamente só pelo viés de uma igreja — “ama a teu próximo como a ti mesmo”, diz a filosofia dos evangelhos —, mas ter a consciência tranqüila e a fé em Deus, a sensação do dever cumprido, de ter dado o melhor de si, de ter feito o seu melhor, de ter sabido lidar com os seus alunos com tantas seqüelas sociofamiliares, de não precisar ser cobrado para ser completo e idôneo, fazer ações comunitárias, fundar ONGs que pensem em responsabilidades cidadãs entre riquezas injustas, lucros impunes, propriedades, roubos; afinal, como dizia Saint-Exupéry, o essencial, que às vezes é invisível aos olhos, se vê bem com o coração...07. Saúde ProfissionalE, por fim, o professor tem de estar afinado com a cultura, as artes em geral e, principalmente, com as áreas de sua matéria-conteúdo. Estar sempre alerta e reflexivo, estudar sempre — como em qualquer profissão —, buscando se especializar em múltiplas didáticas; programar aulas variadas, gostosas — o aluno tem direito a isso; trocar idéias com colegas de mister, sendo representativo de seu meio, com uma releitura toda própria das “aprendências” e dos letramentos, como instrumentos de evolução, como profissionais de carreira que querem deixar sua marca, deixar seu lastro, fazer o melhor sempre. Afinal, alunos são mensagens de amor que mandamos para o futuro, e somos partes essenciais do verbo “ensinar-aprendendo”.Professor, caia na real. Respire, não pire. Relaxe, não ache (chega de “achismos”). Medite, não dite. Abrace, não force. Você é o mais importante átomo do todo que é o Universo. Se aceitou essa obrigação, não se desgaste nem brigue, obrigue-se. Odeie o ódio. Refaça o fácil. Não reclame, ame. Faça de sua vida uma tábua de esmeraldas. Afinal, somos todos anchietas nessa seara de formadores de opinião, de questionadores de políticas ímprobas do poder público, mas devemos também dar os nossos exemplos de vida e sermos fiéis aos nossos sábios propósitos, com amor e com saúde, muito além de uma solidão incendiária, mas sempre como grãos de mostarda dentro do coração dos alunos, que são templos de nossa sagração existencial de vida humana.O sucesso de todo grande profissional realizado é porque teve um ótimo professor lado a lado...
Saúde, professor!
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Silas Correa Leite – Itararé-SP – Teórico da Educação, Jornalista Comunitário, Coordenador de Pesquisas em Culturas Juvenis pela FAPESP-USP, Conselheiro em Direitos Humanos (SP), Prêmio Ligia Fagundes Telles Para Professor Escritor, autor de Campo de Trigo Com Corvos, Contos, Finalista do Prêmio Telecom, Portugal, livro à venda no site
(Um dos dez mais do UOL em 2008) – Site: www.itarare.com.br/silas.htm
E-mail para contatos: poesilas@terra.com.br
sábado, 18 de abril de 2009
Maestro Dudu Gaya de Itararé, AAlma da Musica
Maestro Gaya – A Alma da Música
LINDOLPHO GOMES GAYA, Maestro Gaya ou Dudu Gaya como foi popularmente reconhecido nasceu no dia 06 de maio de 1921, em Itararé, cidade do sul do estado de São Paulo, divisa com o Paraná. Aos nove anos de idade começou estudos de piano dando início assim a uma das mais brilhantes carreiras da Música Popular Brasileira de todos os tempos. Na década de quarenta, trabalhou na Rádio Tupi de São Paulo, quando conheceu a cantora Stelinha Egg, com a qual se casou em 1945.. Juntos percorreram o Brasil pesquisando as raízes musicais do folclore, pioneiros na divulgação da cultura musical pela Europa na década de cinqüenta. Apresentaram-se pelo Brasil todo, em auditórios das universidades, em shows concorridos narrando brilhantemente a evolução da música popular brasileira do Afro à Bossa Nova. O Maestro Gaya foi um dos maiores arranjadores da MPB, premiado nos importantes Festivais da Record, descobrindo, burilando e produzindo Chico Buarque de Hollanda, além de ainda ter produzido Taiguara, Nelson Gonçalves e outros artistas de renome que o admiravam. Teve, em 1985 um derrame cerebral, vindo a falecer dia 17 de setembro de 1987 em Curitiba. Jovem empreendedor Benedito Mariano Gaia, neto de Lindolpho Alves Gaya - primo e padrinho do saudoso “Dudu”, apelido familiar do maestro - acalentando um sonho semelhante ao da STELLINHA EGG, em 23 de abril de 2003, encontrou-se com os herdeiros legais e passou a coordenar o resgate da memória do músico Gaya, tendo como base a divulgação e a preservação do acervo historial do mesmo, criando em Itararé o Memorial Maestro Gaya. Segundo Benedito Gaya, “Os dois primeiros projetos para levantar recursos financeiros para o “Memorial Maestro Gaya”, foram articulados com a criação de produtos que venham a espelhar o objetivo principal de qualquer memorial , como por exemplo: 01)-CAMISETAS - confeccionadas por uma cooperativa de costureiras, com malhas 50% de poliéster produzido de garrafas PET recicladas e com estampas individuais de frases alusivas ao Maestro Gaya, de autoria de expoentes da MPB, que gentilmente se disponham a homenageá-lo com essa singela contribuição autorizando sua comercialização. As duas primeiras frases compõem a capa desta apresentação. Relação de alguns dos grandes eventos que, independente de serem ou não realizados ou reeditados, comprovam a importância de LINDOLPHO GOMES GAYA para a história da nossa música : SHOW TRIBUTO AO MAESTRO GAYA - uma série de shows com grande orquestra executando seus antológicos arranjos para uma nova interpretação dos cantores originais que hoje representam a nata da MPB, sob a regência do Maestro Wagner Tiso, um dos seus ilustres alunos, que honrosamente foi o primeiro a aceitar o convite. MOSTRA MAESTRO GAYA NO CINEMA - reunindo os oito filmes nacionais e os dois internacionais em que as participações do Maestro Gaya vão desde a simples aparição tocando ou regendo, à organização de trilhas, à composição de temas, até a direção musical : “Aviso aos Navegantes” de 1950, dirigido por Watson Macedo e estrelado por Oascarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte e outros ; “Aí Vem o Barão” de 1951, dirigido por Watson Macedo e estrelado por Oscarito, José Lewgoy, Ivon Curi e outros ; “Tudo Azul” de 1952, dirigido por Moacyr Fenelon e estrelado por Marlene, Luiz Delfino, Laura Suarez e outros; “Com o Diabo no Corpo” de 1952, dirigido por Mário Del Rio e estrelado por Aracy Costa, Murilo Nery, Ângela Maria e outros ; “Rua Sem Sol” de 1954, dirigido por Alex Viany e estrelado por Glauce Rocha, Dóris Monteiro, Gilberto Martinho e outros; “Folclore de Cinco Países” de 1955, filmado em Moscou sob a direção de Alexandrov, com a participação do Maestro Gaya tocando chorinhos de sua autoria e arranjos de uma seleção de músicas brasileiras ; “Bela Aventura” de 1955, filmado em Epinai Sur Seine, Paris, numa produção de Robert Mariaux e direção musical do Maestro Gaya ; “Esse Mundo é Meu” de 1964, dirigido e estrelado por Sérgio Ricardo, Antonio Pitanga, Agildo Ribeiro, Ziraldo e outros ; “Dois na Lona” de 1968, dirigido por Carlos Alberto de Souza Barros e estrelado por Renato Aragão, Ted Boy Marino, Suely Franco e outros e “Quatro Contra o Mundo” de 1974, segmento “O Menino da Calça Branca” dirigido por Sérgio Ricardo, com arranjos musicais do Maestro Gaya e estrelado por Laura Figueiredo, Pedro Petersen, Ziraldo e outros.
“Maestro Gaya, A Alma da Música”
Esta foi a frase que criei e cedi para o Memorial Maestro Gaya, aos cuidados de seu descendente e organizador Benedito Gaya, radicado no Rio de Janeiro
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Silas Correa Leite
www.portas-lapsos.zipe.net
E-mail: poesilas@terra.com.br
LINDOLPHO GOMES GAYA, Maestro Gaya ou Dudu Gaya como foi popularmente reconhecido nasceu no dia 06 de maio de 1921, em Itararé, cidade do sul do estado de São Paulo, divisa com o Paraná. Aos nove anos de idade começou estudos de piano dando início assim a uma das mais brilhantes carreiras da Música Popular Brasileira de todos os tempos. Na década de quarenta, trabalhou na Rádio Tupi de São Paulo, quando conheceu a cantora Stelinha Egg, com a qual se casou em 1945.. Juntos percorreram o Brasil pesquisando as raízes musicais do folclore, pioneiros na divulgação da cultura musical pela Europa na década de cinqüenta. Apresentaram-se pelo Brasil todo, em auditórios das universidades, em shows concorridos narrando brilhantemente a evolução da música popular brasileira do Afro à Bossa Nova. O Maestro Gaya foi um dos maiores arranjadores da MPB, premiado nos importantes Festivais da Record, descobrindo, burilando e produzindo Chico Buarque de Hollanda, além de ainda ter produzido Taiguara, Nelson Gonçalves e outros artistas de renome que o admiravam. Teve, em 1985 um derrame cerebral, vindo a falecer dia 17 de setembro de 1987 em Curitiba. Jovem empreendedor Benedito Mariano Gaia, neto de Lindolpho Alves Gaya - primo e padrinho do saudoso “Dudu”, apelido familiar do maestro - acalentando um sonho semelhante ao da STELLINHA EGG, em 23 de abril de 2003, encontrou-se com os herdeiros legais e passou a coordenar o resgate da memória do músico Gaya, tendo como base a divulgação e a preservação do acervo historial do mesmo, criando em Itararé o Memorial Maestro Gaya. Segundo Benedito Gaya, “Os dois primeiros projetos para levantar recursos financeiros para o “Memorial Maestro Gaya”, foram articulados com a criação de produtos que venham a espelhar o objetivo principal de qualquer memorial , como por exemplo: 01)-CAMISETAS - confeccionadas por uma cooperativa de costureiras, com malhas 50% de poliéster produzido de garrafas PET recicladas e com estampas individuais de frases alusivas ao Maestro Gaya, de autoria de expoentes da MPB, que gentilmente se disponham a homenageá-lo com essa singela contribuição autorizando sua comercialização. As duas primeiras frases compõem a capa desta apresentação. Relação de alguns dos grandes eventos que, independente de serem ou não realizados ou reeditados, comprovam a importância de LINDOLPHO GOMES GAYA para a história da nossa música : SHOW TRIBUTO AO MAESTRO GAYA - uma série de shows com grande orquestra executando seus antológicos arranjos para uma nova interpretação dos cantores originais que hoje representam a nata da MPB, sob a regência do Maestro Wagner Tiso, um dos seus ilustres alunos, que honrosamente foi o primeiro a aceitar o convite. MOSTRA MAESTRO GAYA NO CINEMA - reunindo os oito filmes nacionais e os dois internacionais em que as participações do Maestro Gaya vão desde a simples aparição tocando ou regendo, à organização de trilhas, à composição de temas, até a direção musical : “Aviso aos Navegantes” de 1950, dirigido por Watson Macedo e estrelado por Oascarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte e outros ; “Aí Vem o Barão” de 1951, dirigido por Watson Macedo e estrelado por Oscarito, José Lewgoy, Ivon Curi e outros ; “Tudo Azul” de 1952, dirigido por Moacyr Fenelon e estrelado por Marlene, Luiz Delfino, Laura Suarez e outros; “Com o Diabo no Corpo” de 1952, dirigido por Mário Del Rio e estrelado por Aracy Costa, Murilo Nery, Ângela Maria e outros ; “Rua Sem Sol” de 1954, dirigido por Alex Viany e estrelado por Glauce Rocha, Dóris Monteiro, Gilberto Martinho e outros; “Folclore de Cinco Países” de 1955, filmado em Moscou sob a direção de Alexandrov, com a participação do Maestro Gaya tocando chorinhos de sua autoria e arranjos de uma seleção de músicas brasileiras ; “Bela Aventura” de 1955, filmado em Epinai Sur Seine, Paris, numa produção de Robert Mariaux e direção musical do Maestro Gaya ; “Esse Mundo é Meu” de 1964, dirigido e estrelado por Sérgio Ricardo, Antonio Pitanga, Agildo Ribeiro, Ziraldo e outros ; “Dois na Lona” de 1968, dirigido por Carlos Alberto de Souza Barros e estrelado por Renato Aragão, Ted Boy Marino, Suely Franco e outros e “Quatro Contra o Mundo” de 1974, segmento “O Menino da Calça Branca” dirigido por Sérgio Ricardo, com arranjos musicais do Maestro Gaya e estrelado por Laura Figueiredo, Pedro Petersen, Ziraldo e outros.
“Maestro Gaya, A Alma da Música”
Esta foi a frase que criei e cedi para o Memorial Maestro Gaya, aos cuidados de seu descendente e organizador Benedito Gaya, radicado no Rio de Janeiro
-0-
Silas Correa Leite
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sexta-feira, 17 de abril de 2009
Canarinhos - Tantos Garrinchas
C A N A R I N H O S
(TANTOS GARRINCHAS)
O futebol é o ópio do povo
João Saldanha
Quanto garrincha branquelo
Pobrezinho, pé-de-chinelo
Pelos extravios da vida em desvario se perdeu?
Quantos Rivelinos ou Pelés
Entre Ronaldos entre Manés
Nunca em verdade chegaram a realizar o sonho seu?
Quantos Garrinchas e Ronaldos
São pela vida penalizados
Vicissitudes entre as trilhas, na vida real, a fome?
E a cada ótimo craque Rivaldo
De tristeza resta um saldo
Pois entre tantos outros um montante de craque some
Quanto jogador excepcional
Ou mesmo craque fenomenal
Pela vida aqui e ali se desvia... ou é predado?
Quantos milhões de Robinhos
Ficam aniquilados pelos descaminhos
Entre a miséria e a violência é desviado?
Quase duzentos milhões de brasileiros
Jogando bola, craques artilheiros
Mas quantos ficarão sem terra e sem pão?
Quantos pretos, mestiços, mulatos
Sofrem diversos maltratos
Pelo racismo, descaso do estado, discriminação?
Já vi grande goleiro deficiente
Que pegava tudo, voava e diferente
Com um pé torto até o impossível defendia
Já vi artilheiro bem valente
Mesmo que penso, seguia em frente
Fintava como ninguém dito normal fazia?
Tantos são os excluídos
Pelos descaminhos destruídos
Nas periferias, vitimizados em dor e judiação
No Brasil, Pátria de Chuteiras
Manés, Garrinchas, nas feiras
Catam lixo, traficam, vendem sal, limão
Quanto garrincha banguelo
Fica na vida sem rumo ou elo
Nunca vai ter um time, um brilho ao sol...
É assim mesmo a nossa história
Nem todos vivem a glória
De serem vencedores com o futebol
Porque há uma outra seleção
Além da glória, do lucro, do campeão
Há a seleção dos excluídos sociais
Manés, Rivelinos, Romários, Garrinchas
Milhões em arrebaldes, pelas frinchas
Sofrendo suas tristices, seus ais
Há uma seleção de coitados
Tantos excluídos, descamisados
Famintos, perdidos, coitadinhos
Nunca terão suas vitórias
Não terão sucesso ou glórias
São outros brasileiros, outros canarinhos
Seleção de Canarinhos sem escola
Sem diploma, sem fama com a bola
Brasileiríssimos...antes, brasileirinhos
Que formam uma outra triste seleção
Mas à margem da história, na exclusão
Poderiam ser outros Pelés, Kakás, Robinhos
-0-
Silas Correa Leite
Torcedor do Clube Atlético Fronteira, Itararé-SP
E-mail: poesilas@terra.com.br
Blogue: www.portas-lapsos.zip.net
Autor de Campo de Trigo Com Corvos, Contos
Editora Design, à venda no site www.livrariacultura.com.br
(TANTOS GARRINCHAS)
O futebol é o ópio do povo
João Saldanha
Quanto garrincha branquelo
Pobrezinho, pé-de-chinelo
Pelos extravios da vida em desvario se perdeu?
Quantos Rivelinos ou Pelés
Entre Ronaldos entre Manés
Nunca em verdade chegaram a realizar o sonho seu?
Quantos Garrinchas e Ronaldos
São pela vida penalizados
Vicissitudes entre as trilhas, na vida real, a fome?
E a cada ótimo craque Rivaldo
De tristeza resta um saldo
Pois entre tantos outros um montante de craque some
Quanto jogador excepcional
Ou mesmo craque fenomenal
Pela vida aqui e ali se desvia... ou é predado?
Quantos milhões de Robinhos
Ficam aniquilados pelos descaminhos
Entre a miséria e a violência é desviado?
Quase duzentos milhões de brasileiros
Jogando bola, craques artilheiros
Mas quantos ficarão sem terra e sem pão?
Quantos pretos, mestiços, mulatos
Sofrem diversos maltratos
Pelo racismo, descaso do estado, discriminação?
Já vi grande goleiro deficiente
Que pegava tudo, voava e diferente
Com um pé torto até o impossível defendia
Já vi artilheiro bem valente
Mesmo que penso, seguia em frente
Fintava como ninguém dito normal fazia?
Tantos são os excluídos
Pelos descaminhos destruídos
Nas periferias, vitimizados em dor e judiação
No Brasil, Pátria de Chuteiras
Manés, Garrinchas, nas feiras
Catam lixo, traficam, vendem sal, limão
Quanto garrincha banguelo
Fica na vida sem rumo ou elo
Nunca vai ter um time, um brilho ao sol...
É assim mesmo a nossa história
Nem todos vivem a glória
De serem vencedores com o futebol
Porque há uma outra seleção
Além da glória, do lucro, do campeão
Há a seleção dos excluídos sociais
Manés, Rivelinos, Romários, Garrinchas
Milhões em arrebaldes, pelas frinchas
Sofrendo suas tristices, seus ais
Há uma seleção de coitados
Tantos excluídos, descamisados
Famintos, perdidos, coitadinhos
Nunca terão suas vitórias
Não terão sucesso ou glórias
São outros brasileiros, outros canarinhos
Seleção de Canarinhos sem escola
Sem diploma, sem fama com a bola
Brasileiríssimos...antes, brasileirinhos
Que formam uma outra triste seleção
Mas à margem da história, na exclusão
Poderiam ser outros Pelés, Kakás, Robinhos
-0-
Silas Correa Leite
Torcedor do Clube Atlético Fronteira, Itararé-SP
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