ILUMIDEIAS, HAICAIS – Resumo, o livro novo de Silas Correa
Leite
Apresentação:
haicai é o denominador comum das poesias todas” Massau
Simizo
o haicai tradicional tem 5/7/5 sílabas. os haicais têm de
ter gracezas, barulhanças, contentezas e sacadas de prismas rápidos em chips
poéticos mínimos, como batatinhas com shoio. a sonoridade e graça fazem parte
do haicai primitivo, japônico, tradicional. no Brasil foi inventariado,
introduzido e refabricando com qualidade risadora pelo poeta Guilherme de
Almeida. o haicai moderno, por assim dizer, tirou métrica e rima,
desengessando-o, bem como tirou a própria necessidade formol de dar sentido à
natureza neles/deles, mas sendo, no nosso caso, brasileiríssimo. um haicai
tropical, bem brasileirinho, com closes, inshits, fragmentos líricos, emotivos,
ótica nuclearizada de um breve momento trazido à luz, à arte, ao quadro cênico
de enlevo ou mesmo situação clicada e retomada (quando não enlivrada) no breve,
no três por quatro do lambe-lambe, no leve, no zenboêmico contemplativo que
seja, epigramático e alucênico. Bashô disse: “não siga os antigos, procure o
que eles procuraram”. aqui um inventário de cenas rápidas, twitterpoemas feito
twittercotas, mais ironias risadoras, ou retratos 3x4 de hilários desatinos
cotidianos. os links rotulados “silas e suas ‘siladas”, entre poeminhos curtos,
bateia de granizos, haicloses urbanos ou caipiras (de Santa Itararé das Artes),
ou mesmo de sampa, “da força da grana que ergue e destrói coisas belas”,
caetanear, por que não? nessas linhas de humor, lorotas, bravatas, quando não
experimentos neoconcretos entre tercetos e afins e, rápidos e rasteiros,
prismas nevrálgicos, contundentes, fragmentos de óticas depuradas em cirúrgicas
palavras estrofadas, sintetizando janelas, tops de linha em toques
epigramáticos e assim buscando/sacando, drops letrais, jujubas, emoções com a
faca entre os dentes, deleites derramados e, claro, aqui e ali, possíveis
trovas, quadras e levitações zenboêmicas no varejo, estados da alma, desvairados
inutensílios, desaforismos, disparates, porta-lapsos, cantilenas refabuladas,
parlendas revisitadas, limeriques fakes, e algumas tiradas como pensagens
(pensamentos-mensagem), ou pensadilhos (pensamentos-trocadilho), em colheradas
sacadas como ‘mãos ao alto’, do teclado do computador de/compondo letras, tudo
feito uma espécie assim de um ‘silasbashõ’ em teatro no regurgitar pelos
cotovelos. desdizeres entre um saquê e um catatau de mixórdias em sachê de
enlivramento, taí: iluminuras-ideias, eis o neologismo lustral: ilumideias.
ciberpoeta silas corrêa leite
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